segunda-feira, 28 de março de 2011

Empresários não dão nada “de grátis” (*).


 
Giulio Sanmartini
Em 1979, no Brasil vivam-se os últimos estertores do regime militar, o presidente era o general João Batista Figueiredo. Para atender um amigo, fazia algumas pesquisas para o general Aurélio de Lira Tavares, pois este estava concluindo um livro sobre a vida do republicano Aristides Lobo, considerado um dos pais da República. O Lira Tavares, morava perto de minha casa, assim todas as quintas feiras passava de tarde em sua casa para entregar o material e elaborar o que deveria se feito na outra semana. De uma feita, falávamos de política nacional, citando os desonestos, quando ele disse: “Mas Figueiredo é honesto!”. Perguntei-lhe então qual era seu patrimônio pessoal depois de ter sido general , ministro do Exército e embaixador do Brasil na França. Ele pensou um pouco e disse ter somente o apartamento onde morava e que fora financiado pela Caixa. “O sr. jamais teve alguém que lhe desse um apartamento de presente, não é mesmo?”. Ele me olhou rindo pois entendera eu me referia a um apartamento de centenas de milhares de dólares que um empresário dera ao presidente Fgueiredo, e que empresário não joga para perder
Conto isso, ao tomar conhecimento que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou de presente um carro do libanês Youssef Chataoui. (23/3) Trata-se de um utilitário Land Rover, cujo a mais barato aqui na Europa custa algo como € 50 mil (R$ 116 mil), o correspondente a 18 anos de salário de um trabalhador brasileiro. Tem mais ainda, Chataoui se estabeleceu no Brasil após ser preso e acusado de se envolver na disseminação da doença da “vaca louca” na França, portanto se Lula soubesse o que é honra, se distanciaria desse tipo.
Nada disso o importou, ficou prevalecendo sua fraqueza em acobertar tudo o que não presta no gênero humano.
O que já é muito ruim, sofre grande piora quando se sabe que  um mês antes de presentear Luiz Inácio Lula da Silva com um carro executivo blindado , o empresário libanês Youssef Chataoui apresentou o ex-presidente ao xeque Fahad Al Athel, um magnata saudita que viajou a negócios pelo Brasil. A visita incluiu audiências com prefeitos petistas e até com o governador da Bahia, Jaques Wagner, em Salvador. Ciceroneado por Chataoui, a última parada do megainvestidor foi em São Francisco do Conde (BA), pequeno município com prefeita do PT, Rilza Valentim, que abriga a refinaria Landulpho Alves, da Petrobras.
Assediado na saída do evento, Lula não quis conceder entrevistas e repetiu diversas vezes que está “desencarnando”. Ou seja, uma desculpa esfarrapada por quem foi pego com a boca na botija.
O ex-presidente está viajando à Portugal, para receber na Universidade          de Coimbra o título de doutor em “honoris causa” (30/3)
Doctor honoris causa” significa que o grau de “doutor” foi atribuído “a título de honra” e não por prestação de uma prova acadêmica (tese de doutoramento).
Todavia pelo conceito de honra (ou falta de conceito) de Luiz Inácio Lula da Silva, ele deveria se agraciado com o título de “Doctor dedecus (desonra) causa”
(*) De grátis, como diria Lula.
(*) Fotomontagem: Lula recebendo do libanês Youssef Chataoui, uma vaca louca.
(*) Texto de apoio:  Leila Suwwan e Tatiana Farah

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